Em Belmont, Califórnia (Capítulo I)

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Era começo de 1994. Vovó estudava inglês numa escola conceituada no bairro do Morumbi, em São Paulo, quando viu um anúncio de convênio para curso de férias na Universidade de Belmont, na Califórnia, Estados Unidos. Vovó Rita, muito danada, sempre a procura de novidades começou a conversar com suas amigas sobre a possibilidade de fazer um curso fora do País.

Tia Marina, que não conheço ainda e que todos dizem com um sorriso de ponta a ponta que é o máximo, logo se animou. Ficaram as duas maquinando por dias como iriam pedir para seus maridos uma coisa dessas já que tinham filhos e seria justo no período de férias escolares.

Bem, procura daqui e dali e, de todas as probabilidades, a melhor foi internar as crianças em uma escola americana que os mantivessem em total segurança, claro além de dar um up no inglês desta turma. Família de acordo, escola bárbara em Connecticut e tia Marina estava radiante. Porém, para minha vovó restava ainda a filha de quatro anos pra resolver onde deixar. E foi então que sua própria avó, a Hely, resolveu o problema ficando encantada em cuidar de sua preciosidade por um mês.

Partiu então para a segunda etapa. Encarar o vovô com a conversa:

– Querido, estava pensando que talvez fosse a hora de eu estudar um pouco de inglês, nunca se sabe quando precisar.

Vovô, dizem, que olhou com o rabo do olho como sempre faz e disse:

– Mas querida, já vamos gastar tanto com as crianças.

Vovó Rita, já preparada para o discurso falou:

– Pois é, estava pensando nisso, mas, na minha escola, tem um convênio e por um mês de estudo pagaríamos “X”. Considerando-se que não pagaríamos passagem (vovô trabalhava na VASP na ocasião), que o valor do curso é o mesmo de um semestre da escola daqui e que quando voltamos, pularemos um estágio, acho que vale a pena.

– Vamos pensar um pouco, disse vovô.

Resumindo a história, vovó conseguiu enfim o patrocínio do vovô e toda feliz começou os preparativos para a viagem. Descobriu dias depois que a coordenadora do curso no Brasil iria junto com a turma, o que avalizava perfeitamente a viagem. Ao final, quatro senhoras formavam o grupo de estudantes.

Foram muitas as histórias destas quatro beldades. Iam para a escolinha diariamente pela manhã e, à tarde conheciam muitos lugares. Aproveitaram os shoppings de São Francisco, conheceram muitos restaurantes, fizeram viagens de finais de semana pela costa da Califórnia,  visitaram os vinhedos da região e foram até ao jogo da Copa do Mundo. Brasil x EUA dia 4 de julho em Stanford. Carro alugado e tudo dividido por quatro ficava uma balela que o vovô nem iria perceber.. Malas no final da viagem? Cada uma com apenas 100 quilos (risos). Adivinha pra quem sobrou a solução deste problema?

Pelo menos vovó pulou um ciclo no curso de Inglês. Não! Ao contrário. Regrediu dois. Vovô até tentou ficar de mal com a vovó, mas, não resistiu ao seu charme e até hoje estas histórias são motivos de muitas risadas e de momentos alegres.

É óbvio que vovó não aprendeu a falar bem o inglês. Mas, suas histórias nos enchem de orgulho.

Vovó Rita.

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